Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 7 anos — Atualizado em: 4/30/2018, 7:46:18 PM
Um dos cardeais que sofreram na própria pele dores de martírio pelas mãos do comunismo foi o Cardeal eslovaco João Crisóstomo Korec (1924-2015).
O Cardeal Korec deixou para história uma das maiores increpações à essa política com o comunismo soviético e que o Vaticano agora está tentando reeditar na China marxista.
O Cardeal João Crisóstomo Korec foi sagrado bispo secretamente na Checoslováquia quando tinha apenas 27 anos. Então era o bispo mais jovem do mundo!
A história do Cardeal Korec sob o comunismo é realmente dramática.
Ordenado sacerdote em 1950, um ano mais tarde se tornou sucessor dos apóstolos, numa cerimônia “feita às pressas, de medo que a polícia irrompesse a qualquer momento.”
Passou os nove anos seguintes trabalhando como operário numa fábrica até que em 1960 foi preso e encarcerado junto com mais seis bispos e 200 sacerdotes.
Ele foi liberado no ano de 1968 durante a chamada “Primavera de Praga”. Na época se encontrava gravemente doente.
Após a brutal repressão soviética ele continuou seu apostolado, mas sob os aspectos de um humilde gari. Em contrapartida, ele pode celebrar a Santa Missa de público pela primeira vez.
Em 1969, em pleno período pós-conciliar, ele recebeu a permissão dos déspotas marxistas para ir a Roma.
Os tiranos socialistas estavam em fase de aproximação com a nova diplomacia de distensão vaticana, ou Ostpolitik. Em Roma recebeu as insígnias episcopais.
Porém, Dom Korec não participava do espírito da distensão entre o Vaticano e o Kremlin na qual via uma traição aos mais altos interesses da Igreja.
Resultado: em 1974 ele foi preso novamente, com o pretexto de pagar quatro anos de prisão que estavam pendentes.
A Ostpolitik vaticana em relação ao sucessor dos Apóstolos resistente não adiantou de nada!
Quando ficou livre, foi obrigado a carregar, embora doente, tambores de alcatrão até à idade de 60 anos.
Giampaolo Mattei escreveu do bispo perseguido:
“Seu apartamento modesto em Petrazlka, área industrial nos arredores de Bratislava, tornou-se um ponto de referência para a sobrevivência da vida cristã na Eslováquia.
“Ele também inventou truques engenhosos para fugir dos artifícios da espionagem que enchiam sua casa. Mas foi somente em 1989 que pode usar em público as insígnias dos bispos.
“Em 1990 foi nomeado bispo de Nitra, a mais antiga diocese na Europa Central e Oriental (fundada em 880, quando ainda estava vivo São Metódio), e em 1991 foi elevado ao Cardinalato. Em 1998, o Vaticano o chamou para pregar os exercícios quaresmais”.
Este filho fiel do Papado não poupou palavras severas para a desastrosa política de aproximação da Santa Sé com o Leviatã comunista executada por Mons. Casaroli, posteriormente feito Cardeal e Secretário de Estado por João Paulo II.
Os acordos com os regimes persecutórios comunistas pretendiam criar – para consumo dos ocidentais ignaros ‒ condições de “coexistência pacífica e de cooperação” entre os povos católicos e seus algozes.
Mas, não era assim que viam essa política diplomática heróis da fé que resistiam ao acordo como o Cardeal Korec:
“Eu obedeci [à Santa Sé]. Mas esta foi a maior tristeza da minha vida.
Os comunistas, por essa via conseguiram pôr suas mãos sobre o governo da Igreja …
A Igreja foi obrigada a se refugiar nos templos e depois se apagar lentamente …
Em nosso país foi perigosíssimo o fato de negociar aquilo que nós tínhamos de mais precioso, isto é a chamada Igreja clandestina [resistente ao comunismo].
Eu mesmo fui obrigado a interromper a ordenação secreta de sacerdotes.
Para nós, foi realmente uma catástrofe, quase como se nos tivessem abandonado, jogado fora”, confidenciou posteriormente o Cardeal em entrevista a “Il Giornale” em 18/07/2000.
Seja o primeiro a comentar!