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5 min — há 5 anos — Atualizado em: 4/23/2020, 4:05:28 PM
Até quando permaneceremossem sacramentos e assistência espiritual?
Excelências Reverendíssimas,
É com osolhos fixos na Mater Dolorosa que lhesdirigimos filialmente esta súplica.
A situaçãopela qual passa o Brasil e boa parte do mundo, por ocasião da atual pestechinesa, o coronavírus, arrisca levar-nos a uma conjuntura que vai muitoalém do caos sanitário.
Já estamos em parte diante, e sevislumbra um aumento, do caos social, do caos econômico, do caos institucional,mas, sobretudo, de uma grande orfandade espiritual.
Quando SãoCarlos Borromeu era Cardeal-Arcebispo de Milão, uma terrível epidemia grassouna região.
Que medidasele tomou?
Fez umapelo à oração privada e pública; prestou assistência aos doentes; conduziu três procissões gerais “paraapaziguar a ira de Deus” e pregou sobre como os pecados atraem o castigo divino.
Destaforma, essas pragas foram não apenas um castigo, mas também uma oportunidade deconversão.
O que presenciamosatualmente no Brasil é o oposto:
– O fechamento das igrejas; a restrição à principal fonte da graça divina, que são os Sacramentos; a impossibilidade de receber a comunhão, o batismo, de celebrar o matrimônio; a diminuição drástica das visitas aos doentes, que se veem privados da absolvição sacramental e da extrema-unção; a quase total eliminação da assistência religiosa aos fiéis; a ausência de um chamado a atos penitenciais, à conversão, à mudança de vida.
Assine a petição aos Bispos e Padres do Brasil
Essaatitude, tomada por grande número de clérigos no Brasil, tem colocado em xeque:
Essa indigência religiosa se verifica nomesmo momento em que vemos, com edificação, médicos e profissionais da saúdeque, em vez de pedirem o fechamento dos hospitais, atendem com abnegação osenfermos, mesmo com o risco de contágio, fiéis ao juramento feito em suasformaturas.
Porventura,o cuidado com o corpo é mais importante do que o cuidado com a alma?
Da mesma forma, as farmácias e os hospitais permanecem abertos, mesmo em locais onde o comércio foi fechado.
Nesseslocais, é permitida a entrada de clientes, desde que se tomem as medidasindicadas pelas autoridades. Por que talprocedimento não vale para as igrejas? Não é obrigação ainda maior a dosPastores de cuidar da salvação eterna das almas?
Até mesmo o governo federal, por meio de um decreto cuja eficácia foiconfirmada pelo STF, reconheceu as atividades religiosas como essenciais ao País,não sendo lícito a nenhum estado ou município impedir a abertura das Igrejas ea administração dos sacramentos.
A medida defechar igrejas e limitar o acesso aos sacramentos, de forma generalizada e portempo indefinido, é sem precedente na História.
Ela nosprivou do tríduo sacro da Semana Santa e da Páscoa. O 3º Mandamento da Igreja,que prescreve a comunhão pascal, não pôde ser cumprido por causa de um vírus. Abandonou-se o divino remédio, sob opretexto de combater a doença!
Assine o apelo aos Bispos do Brasil
Ora, taismedidas começam inevitavelmente a suscitar graves perplexidades em incontáveisfiéis: Se somos abandonados por parte doclero durante uma epidemia proporcionalmente menor que outras ocorridas noglorioso passado da Santa Igreja, o que acontecerá doravante em situaçõessemelhantes ou ainda piores?
Como poderão confiar futuramente em alguémque se furta ao seu dever de ofício de zelar pela salvação eterna para colocar aprópria saúde física acima da saúde espiritual de cidades inteiras?
Não seiludam, Excelências, pois a continuação de tal conduta poderá resultar naquiloque o Pe. Yoannis Lahzi Gaid, secretário pontifício, julgou seu dever advertiros Bispos:
“Na epidemia de medo em que vivemos por causado coronavírus, arriscamos nos comportarmais como assalariados que como pastores [grifos nossos]. Eu penso nas pessoas quecertamente vão abandonar as igrejas quando este pesadelo passar, porque a Igreja os abandonou quando precisavam.[…] Que nunca se possa dizer: ‘eu não vou à igreja que não veio a mim quandoeu estava mais necessitado”. (Crux, 15/3/2020)
Vêm-nos à mente as pungentes “Lamentações” do Profeta Jeremias ao descrevero estado em que ficou Jerusalém, a Cidade Santa do Antigo Testamento, após asaída de seu povo levado em cativeiro:
“Como está abandonada a cidade antestão povoada! Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces,ninguém mais a consola de quantos a amavam. […] Estão de luto os caminhos de Sião, e ninguémmais vem às suas festas. Suas portas todas estão desertas […] Nestes dias demales e vida árida nos recordamos das delícias dos tempos idos”.
É por que vimos pedir a Vossas Excelênciasque sejam reabertas as igrejas, que se retome a distribuição dos sacramentos,sobretudo os do Batismo, da Eucaristia, da Confissão e da Unção aos Enfermos,para que se possa aplicar ao clero brasileiro o famoso provérbio Amicuscertus in re incerta cernitur – oamigo certo se manifesta na ocasião incerta.
Para que os fiéis possam novamente repetir, com o Salmo 121: “Laetatus sum in his quae dicta sunt mihi, in domum Domini ibimus” — “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”.
Esta é asúplica que lhes faz o Instituto PlinioCorrêa de Oliveira e todos os católicos aflitos que a ele se unem.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
São Paulo, 19 de abril de 2020
Festa litúrgica de Santo Expedito
“Santo das Causas Justas e Urgentes”.
Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
2539 artigosO Instituto Plinio Corrêa de Oliveira é uma associação de direito privado, pessoa jurídica de fins não econômicos, nos termos do novo Código Civil. O IPCO foi fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do saudoso líder católico brasileiro, por iniciativa do Eng° Adolpho Lindenberg, seu primo-irmão e um de seus primeiros seguidores, o qual assumiu a presidência da entidade.
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