Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo
4 min — há 5 anos — Atualizado em: 3/24/2020, 7:44:42 PM
O coronavírus domina as notícias domundo, provocando uma histeria raramente vista nos tempos modernos. Embora ovírus ainda não tenha demonstrado toda a sua fúria, a reação a ele é enlouquecida.Há dois espetáculos acontecendo: o coronavírus e o medo do coronavírus, quepode ser chamado de coronafobia. Neste ponto, o último é o mais destrutivo.
As pessoas ficam aterrorizadas com ovírus porque ele as introduz em um mundo desconhecido. É uma doença misteriosade uma terra totalitária distante. Todo o mundo desconfia dos dados que saem daChina. A natureza altamente contagiosa e imprevisível do vírus aumenta o medogeneralizado. A superexcitação e as imagens da mídia multiplicam o impacto dadoença, criando um sensacionalismo em torno de seu avanço.
Assim, a coronafobia está acontecendoem todo o mundo, desacelerando as economias, reduzindo trilhões de dólares nos preçosdas ações, interrompendo cultos e paralisando cidades. Ela está moldando apolítica à medida que os líderes mundiais são postos à prova para enfrentar ograve desafio desse contágio.
Obviamente, o coronavírus apresentariscos reais. Medidas razoáveis devem ser tomadas. Como em todos os casos degripe, as pessoas ficam doentes e morrem. Aqueles com o sistema imunológicofraco são especialmente vulneráveis. Suas vítimas são geralmente pessoasfrágeis com condições pré-existentes.
No entanto, dois fatores tornam essa ameaçadiferente e mais aterrorizante do que os casos de gripe que ceifam dezenas demilhares de vidas anualmente. O primeiro é que o coranavírus pode atacar de formarápida e indiscriminada. O segundo é a inexistência de vacinas contra ele.Assim, as pessoas se sentem totalmente desamparadas diante de um pequeno vírusque está colocando de joelhos um mundo frágil e interconectado.
Ninguém gosta de dizê-lo, mas o quedesencadeia a coronafobia é o medo hobbesianoda morte que tanto assombra a mente do homem moderno. Cada pessoa vê em umamorte por coronavírus a sua possível morte. Esse medo paranoico exige o empregode todos os meios possíveis para conter essa ameaça remota, ainda quando elespareçam excessivos. Esse drama desesperado cria condições nas quais as pessoasrenunciam inclusive a direitos e liberdades para não contrair o vírus.
A coronafobia é causada por umasociedade que erigiu o gozo da vida em valor supremo. É por isso que todo opoder do establishment médico deve ser mobilizado com tanta paixão. Tudo deveser feito para prolongar a vida daqueles que ainda desfrutam da vida e pensam poucono futuro.
No entanto, nem toda vida éigualmente valorizada na cultura hedonista de hoje. O mesmo establishment médicoque se desdobra para tratar as vítimas de coronavírus destrói diariamente milharesde vidas através de aborto e da eutanásia, a fim de que outros possam se libertarde responsabilidades e “gozar” a vida.
A coronafobia explica por que tantapropaganda em torno do problema. Em uma cultura que adora o prazer, os vírusque ameaçam a vida dominam e esmagam as psiques não acostumadas a pensar namorte e no sofrimento. As pessoas procuram alguma maneira de escapar dessarealidade desagradável.
Para evitar qualquer pensamentoprofundo sobre o vírus, as pessoas o cercam com barulho e agitação, naesperança de que o estardalhaço possa assustá-lo. Para encontrar soluçõesrápidas para o problema, exigem uma ação urgente, ainda que distanciada do bomsenso. Em seu desamparo, elas se enchem de ressentimento e raiva, culpando osoutros por sua desgraça.
Em tais circunstâncias governa o medo.As pessoas farão qualquer coisa para não terem que enfrentar sozinhas a crise, comtoda a seriedade. O festival de superexcitação sufoca tudo em uma intemperançafrenética de negação coletiva.
Há uma cura para a coronafobia. Elasupõe enfrentar a realidade com toda a objetividade. As pessoas não devemexagerar nem minimizar os perigos. Elas devem enfrentar o vírus calmamente ecom bom senso, utilizando os meios-padrão de combate em casos de gripes fortes.
A coronafobia só pode ser superadapor aqueles cujo pensamento está colocado acima dos prazeres da vida. Atragédia convida as pessoas a refletir sobre a mortalidade e a contingênciahumana. No silêncio da reflexão, as pessoas encontram significado e propósitopara seus sofrimentos, encontram a coragem para agir efetivamente, abraçando arealidade sem negá-la.Acima de tudo, a tragédia leva as pessoas aconfiarem em Deus e em sua Providência. Tragédias desse tipo tornam patentes aslimitações de uma sociedade puramente secular. A humanidade é deixada à própriasorte e diante de sua lamentável insuficiência. Ao longo da História, quandoconfrontados com tribulações, os fiéis recorriam a Deus e encontravam consolo eauxílio. É por isso que a Igreja sempre desempenhou um papel tão importante emtempos de calamidade. Em vez de proibir os serviços da Igreja, as autoridadesdeveriam incentivá-la a incrementá-los. Essa confiança é a única cura certapara a coronafobia devastadora que assola o mundo.
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