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Plinio Corrêa de Oliveira
IPCO em Ação

Ninguém pode nos obrigar a cometer suicídio


O navio-hospital da Marinha Americana Comfort [foto acima] foi despachado rapidamente para o porto de Nova York a fim de ajudar a cuidar das dezenas de milhares de pacientes de coronavírus que, esperava-se, ocupariam todos os leitos da embarcação. Por garantia, foram adicionados 1.000 leitos àqueles normalmente ali existentes.

Contudo, o navio estádeixando o porto com um índice baixíssimo de utilização, pois na cidade de NovaYork o temido colapso do sistema de saúde de fato nunca aconteceu. Ventiladoresextras de pulmão, que haviam sido providenciados para o Comfort, estão agora disponíveis para outros lugares.

A estadia do navio na zona“quente” da pandemia e sua partida são altamente simbólicas.

Em todo o país, hospitaisforam preparados para o anunciado Armagedone atender assim as sucessivas ondas de vítimas do COVID-19. No entanto, osistema de saúde desapontou por ter-se preparado para um Armagedon que nunca veio. Agora, muitos hospitais estão despedindoparte de sua equipe médica ou até mesmo indo à falência. A falta de pacientes eo cancelamento de cirurgias não urgentes lhes estão trazendo graves prejuízos financeiros.Tem gente morrendo porque estão adiando cirurgias vitais.

Algo deu seriamente erradocom os modelos usados para fazer a projeção da ameaça à saúde pública. Tais modelosnão estavam sequer próximos da realidade. O mais citado foi fornecido por umaequipe do Imperial College de Londres,dirigida pelo Prof. Neil Ferguson. Sua projeção acabou sendo usada por umgrande número de governos para impor severas medidas de confinamento de seuscidadãos. Esses líderes políticos manifestaram ter mais fé e reverência nessasprevisões distorcidas do que nos quatro Evangelhos.

Concomitantemente, os especialistas londrinos, nos quais eles se baseavam, estimaram que morreriam nos EUA 2.2 milhões de pessoas. Na realidade, apenas uma diminuta fracção americanos sucumbiu. O principal autor do estudo mais tarde admitiu que as tais previsões bárbaras foram baseadas em milhares de linhas de um código não documentado escrito 13 anos atrás para estabelecer um modelo de pandemias de gripe. Esses modelos iniciais eram não somente erros de cálculo, mas também avaliações baseadas em uma péssima aplicação da ciência. A mídia politizada se aproveitou para espalhar o máximo possível esses cálculos.

Ninguém até hoje foiresponsabilizado por um erro tão brutal. Esses cientistas conservam seusempregos, os líderes políticos que com açodamento e sem investigação aceitarame agiram em função de seus números inflados se mantêm em seus cargos. E a mídiairresponsável continua a fomentar impunemente histeria.

Ao mesmo tempo, líderes políticos ignoraram presunçosamente doutores e cientistas como o Dr. John Ioannidis, da Universidade de Stanford, cujos estudos e compreensão da conjuntura eram bastante próximos da realidade, pois previam que o índice de mortalidade seria bem próximo da gripe de estação. Se lhe tivessem dado atenção, ter-se-ia poupado muito tempo e dinheiro ao sistema hospitalar. O seu conhecimento politicamente incorreto, mas epidemiologicamente correto poderia ter salvado vidas e problemas.

Não satisfeitos com seudesastroso manuseio da crise no campo médico, os líderes governamentaisinsistiram e decidiram repetir seus erros na economia e na sociedade. As rodasda indústria e do comércio foram obrigadas a parar, na antecipação da pandemiaque mataria milhões. Boa parte do mundo ainda está com certa paralisação. Essasdecisões foram também baseadas nos mesmos modelos defeituosos e estãoprovocando um colapso geral.

Decisões governamentaisdeveriam ser baseadas em dados reais e científicos confiáveis. A continuação doconfinamento extremo baseado em previsões defeituosas não é nada menos quesuicídio sociopolítico e econômico.

Amplas partes dos EUA compouco ou nenhum caso do vírus foram tratadas com o mesmo rigor que a cidade deNova York, centro da epidemia. Empresas e operações estuantes de vitalidadeforam simplisticamente divididas em dois grupos: “essenciais” e “não essenciais”.Já sabemos quais foram os critérios duvidosos que determinaram essas decisõesmuito pouco salomônicas em que muitos estados consideravam as clínicas deaborto, os dispensários de maconha e as lojas de bebidas alcoólicas“essenciais”, mas negavam o mesmo tratamento às igrejas e reuniões religiosas.

Quando as economias modernasintegradas param, o mesmo acontece com as cadeias de abastecimento. Partesintegrantes do processo com frequência não podem mais ser readaptadas.Quantidades maciças de bens e alimentos têm que ser doados ou jogados fora.

O alcance total dadestruição econômica é de dar vertigem. Em março e abril, os mercados perderamtrilhões de dólares em valor. Indústrias importantes, como hotelaria etransporte, fecharam as portas. O débito subiu às nuvens. Os gastosgovernamentais inflaram fora de controle. Dezenas de milhões de pessoas ficaramsem trabalho e recebem ajuda do governo.

O pior é que o mundo dosnegócios, desejoso de reabrir, está sujeito aos mesmos caprichos desses mesmospolíticos que foram os primeiros a colocá-los na situação que estão. Muitoslíderes governamentais estão estendendo o lockdown,numa tentativa oca de evitar humilhação e poder “provar” que os fechamentoseram de fato necessários. Outros funcionários públicos são ideologizados epouco se preocupam com a calamidade econômica. Eles veem a crise como umaoportunidade de forçar a aceitação de suas agendas socialistas e ecológicas.

O grande perigo não é ovírus, mas o incompetente manuseio da crise. Isso levou a medidas que estãodestruindo a ordem socioeconômica. A atitude de fazer qualquer coisa que der natelha está queimando a casa, quando simplesmente uma lanterna teria sidosuficiente para iluminá-la e encontrar uma solução para o problema.

Um dia a História vai julgarcom grande severidade a culpa de todos aqueles envolvidos em criar o pânico e ahisteria geradores da presente crise. Ela condenará severamente aqueles queaberta e despudoradamente usaram a crise para promover suas metas subversivas.Em vários graus, cada um deverá assumir certa quota de responsabilidade poresta calamidade médica e econômica. Eles serão corresponsáveis por todos quepereceram por doença, suicídio, ansiedade, bem como por outras causas indiretasde morte provocadas pelo pânico mundial.

A única saída da crise é pularfora desta rota de suicídio. Agora. Imediatamente. Ninguém pode ser obrigado a cometersuicídio. Assim como o navio-hospital Comfort,urge deixar para trás o porto de Nova York!

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* John Horvat II, é vice-presidente da TFP norte-americana, autor do best-seller “Return to Order”. Artigo traduzido do ingles por João Carlos Leal da Costa.

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John Horvat II

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