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Xi Jinping (I e II), democracia e a esquerda brasileira

Por León de La Torre

7 minhá 3 anos — Atualizado em: 10/22/2021, 6:01:14 AM


Você já notou como a esquerda brasileira abusa da palavra democracia? E Xi Jinping também!

Xi Jinping I, democracia é reacionária

Nosso Site já abordou como o comunismo chinês vê a democracia: “Os valores de liberdade, democracia e direitos humanos, explica Xi Jinping, “desempenharam um papel histórico no processo de oposição à autocracia feudal”. Durante esse processo, eles foram valores progressivos. No entanto, no quadro da teoria dialética marxista da história, os mesmos valores, que antes eram progressistas, tornaram-se reacionários no estágio histórico seguinte. “À medida que a burguesia ganhou uma posição dominante, escreve Xi Jinping, esses valores se tornaram cada vez mais ferramentas para manter o domínio do capital.” https://ipco.org.br/china-se-reafirma-marxista-contra-a-liberdade-democracia-direitos-humanos/

Minar a ideia do senso comum

Lembramos, esses valores como a liberdade, democracia, direitos humanos se “tornaram reacionários” afirma o ditador chinês.

Xi Jinping II, novo conceito de democracia


Na fase II: “Quando eu uso uma palavra, Humpty Dumpty disse a Alice — em Lewis Carroll’s Through the Looking Glass, — ela significa exatamente o que eu escolhi para significar – nem mais nem menos.” Em outras palavras, dou à palavra o sentido que me convém no momento. Como veremos, Xi Jinping segue essa deformação, ou escola de desinformação.

“Em 13 e 14 de outubro, Xi Jinping organizou um evento especialmente (à maneira) Humpty Dumpty, chamado de “Conferência central sobre o trabalho relacionado aos congressos do povo“. Estes são teoricamente corpos legislativos eleitos na China a nível nacional e local. Todos entendem que as eleições na China, como em todos os regimes totalitários, são um espetáculo à parte, o poder real está em outro lugar e quem é eleito é decidido antecipadamente pelo PCCh”, comenta BitterWinter.

“Na verdade, disse Xi, o sistema prova que “a democracia é um princípio fundamental defendido inabalavelmente pelo Partido Comunista Chinês”. Ele acrescentou que a China está ganhando a “competição institucional” com outros países ao provar que é mais democrática e sua democracia é mais eficaz.

Continua o artigo: “Como Xi pode fingir que um país onde todos os dissidentes vão para a cadeia ou pior (ainda) é democrático, na verdade a melhor democracia do mundo?”

É simples, mudando o significado das palavras.

Minar a ideia de senso comum

Xi explicou a metodologia Humpty Dumpty consiste em minar a ideia do senso comum de que as palavras têm um significado geralmente aceito. Não é bem assim, diz o presidente chinês. “Há muitas maneiras de se alcançar a democracia e não pode haver uma abordagem padronizada. É inerentemente antidemocrático usar um único critério para medir os sistemas políticos amplamente diferentes do mundo e examinar as muitas cores das civilizações políticas mundiais da humanidade com olhos voltados apenas para o preto e branco. ” Não há “patente” para a democracia, insistiu Xi, nem autoridades que podem decidir quem é democrático e quem não é.

Isso pode despertar a simpatia de muitos ditadores em todo o mundo, mas, em última análise, significa que “democracia” é uma palavra cujo significado não corresponde a uma definição razoável, mas, nos termos de Humpty Dumpty, depende de “quem deve ser o senhor”. Uma vez que o PCCh tem todo o poder na China, ele também tem o poder de definir o que é democracia. A democracia na China é o que o PCC diz que é.

Não há verdade objetiva, não há conceitos universais

“A democracia não é para decoração, mas para resolver problemas que as pessoas precisam resolver”, disse Xi. Democracia na China significa que “o povo é o senhor do país”. Este é o significado etimológico de “democracia”, mas como o povo fala e é representado? Na China, respondeu Xi, isso acontece por meio da “direção do Partido”. A prova de que o Partido representa o povo é oferecida pelos “milagres econômicos” e pela construção de uma nação poderosa e estável.

Observa o articulista com precisão: “Esses não são os testes para determinar se um país é democrático. Antes da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista era geralmente considerada um país poderoso, próspero e estável. Isso não o tornou democrático. Como o PCCh prova que a China é democrática? Mudando o significado da palavra “democracia”. Humpty Dumpty, novamente.

Vazio de conteúdo, de sinceridade, de objetividade

Se Cuba e Venezuela estão na miséria, como Coréia do Norte — segundo o conceito de Xi Jinping — não são democráticos.

O que deduzir dos Acordos com a China? Se cada palavra pode ser usada para um determinado objetivo do que valem os Tratados com o PCCh?

É tão ridículo, cínico e subjetivo esse proceder instrumentalizando as palavras — Humpty Dumpty — que descaracteriza qualquer Acordo com a China. Talvez isso explique a recente Lei de Segurança de Hong Kong, violando o Acordo com o Reino Unido de 1997.

Quem pode acreditar na China após essas afirmações de Xi Jinping? A esquerda brasileira continuará defender a China? Doria continuará a afirmar que confia em Xi?

Quem vai acreditar nas estatísticas da China sobre a Covid-19? As origens do vírus? A segurança do laboratório de Wuhan?

***

“A palavra foi dada ao homem para disfarçar o pensamento”, frase atribuída a Talleyrand. Os comunistas a levam mais longe: a palavra foi dada ao homem para servir as conveniências do Partido. É o que se deduz, claramente, dos chamados pensamentos de Xi Jinping nessa fase II. Como será a fase III?

Também a esquerda brasileira considera as manifestações de 7 de setembro como sendo atos antidemocráticos. Tudo que vá contra a agenda da esquerda é chamado de agenda antidemocrática. Xi Jinping não pensaria de modo diferente.

Num aspecto Xi Jinping acertou

Entretanto, o ditador chinês acertou em sua crítica à democracia, pelo menos como é praticada no Brasil, onde os Deputados e Senadores, após a eleição, se sentem no direito de fazer o jogo da esquerda, à revelia do eleitorado. Os presidentes da Câmara e Senado se sentem no direito de engavetar projetos conservadores, Pautas Morais, hommeschooling. Davi Alcolumbre não pauta a sabatina de um indicado para o STF. Vejamos:

Continua a notícia: “Se alguns acreditam que o teste para a democracia é que legisladores e governos sejam eleitos em eleições livres e justas (exatamente o que não acontece na China), eles estão enganados, disse Xi. Criticando o Ocidente, ele afirmou que “a democracia não é verdade se o povo acorda apenas na hora de votar e depois vai dormir, se ouve o exagero apenas na hora da campanha e não tem voz depois da eleição , se forem favorecidos apenas no momento da campanha e, em seguida, forem deixados de fora após a eleição. ””

Em outras palavras afirmou o Prof. Plinio, em seu livro Projeto de Constituição Angustia o País: na democracia o mandante é o Povo; mandatário é o Representante que recebe a procuração para agir em conformidade com o povo. Trata-se pois de organizar os eleitores a fim de pressionar os Representantes a serem fieis a seu Mandato.

” … a relação entre o eleitor e o candidato por ele sufragado é, em essência, a de uma procuração. O eleitor confere ao candidato a deputado ou senador de sua preferência um mandato para que exerça o Poder Legislativo segundo o programa que este deve expor normalmente ao conhecimento do eleitorado durante a campanha eleitoral: programa este que se supõe que o eleitor tenha lido previamente, e que ratifica ao dar seu voto ao candidato em questão.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/1987%20-%20Projeto%20de%20Constitui%C3%A7ao.pdf

***

Sirvam essas palavras para incentivar o eleitor brasileiro a saber exercer os seus direitos pós eleição. Mandatários somos nós, os Representantes devem seguir nossos projetos. A menos que o Brasil siga os caminhos da China, onde o PCCh governa, sem eleições, 1.7 bilhão de chineses.

Fonte: Democracy According to Xi Jinping (bitterwinter.org)

  • “Humpty Dumpty é um dos personagens mais conhecidos de Alice Através do Espelho. Ele é um ovo antropomórfico, filólogo e especialista em questões linguísticas, um ser extremamente orgulhoso e péssimo em matemática. Para ele e seu raciocínio invertido, as palavras comuns significam o que quer que ele queira, enquanto nomes próprios devem ter significação geral. Conforme sugere Sebastião Uchoa Leite no texto “O que a tartaruga disse a Lewis Carroll”[1], Humpty Dumpty faz uso de um nonsense lógico para justificar seus pontos de vistanonsense esse diferente daquele presente ao longo do livro Alice no País das Maravilhas, por sua vez desvairado.” https://thebloggerwocky.wordpress.com/2011/05/28/humpty-dumpty-o-sabe-tudo-prosopagnostico/

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