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Cruzada de orações pela Igreja no próximo Sinodo

A vacina mais segura contra o coronavírus

Por Roberto De Mattei

6 minhá 4 anos — Atualizado em: 11/28/2020, 4:37:27 PM


Nas últimas semanas, algumas das mais importantes empresas farmacêuticas mundiais anunciaram a iminente produção de vacinas contra o COVID. Comentando estas notícias, um apreciado virologista italiano, o Prof. Andrea Crisanti, emitiu uma declaração de absoluto bom senso. À questão se, hoje, faria a vacina, Crisanti respondeu: «Normalmente, são necessários cinco a oito anos para produzir uma vacina. Por isso, sem dados disponíveis, não faria a primeira vacina, mesmo que devesse chegar em Janeiro. Gostaria de ter a certeza de que esta vacina foi oportunamente testada e que satisfaz todos os critérios de segurança e eficácia. Tenho esse direito, como cidadão, e não estou disposto a aceitar atalhos».    

É uma resposta de total bom senso, aliás, coerente com aquele princípio de precaução que, actualmente, é tão invocado para a protecção do meio ambiente e não se compreende por que não deva ser utilizado no campo da saúde. O Prof. Crisanti não é hostil às vacinas, mas acredita, correctamente, que os comunicados de imprensa das empresas farmacêuticas não são suficientes para garantir a segurança e aguarda os dados científicos que, depois, as agências de controlo verificarão. Por causa destas palavras prudentes, foi demonizado pelos mass media e por alguns dos seus colegas.

Crisanti defendeu-se, com uma carta, publicada no Corriere della Sera de 23 de Novembro, em que afirma, entre outras coisas: «Os guardiões da ortodoxia científica não admitem hesitações ou perplexidades, reclamam um acto de fé àqueles que não têm acesso a informações privilegiadas. “A vacina funcionará”, trovejam indignados. Sou o primeiro a desejá-lo, mas permito-me, todavia, objectar que a vacina não é um objecto sagrado. Deixemos a fé à religião e a dúvida e o confronto à ciência, que são o seu estímulo e garantia».

Dei espaço a estas afirmações porque, ao que me parece, são a voz do bom senso numa época em que, muitas vezes, se perde o bom uso da razão. Quem, como nós, não é imunologista nem microbiologista e é, portanto, incapaz de fazer previsões científicas, mas só pode tentar não renunciar ao bom uso da lógica, só pode dar plena razão ao Prof. Crisanti. Mas, como além da razão é necessário viver esta pandemia à luz da fé, podemos relatar a existência de um remédio contra o coronavírus que é, de longe, o mais eficaz, pois previne não só os males do corpo, que todos temem, mas também aqueles, muito mais perigosos, da alma, de que ninguém fala.

Refiro-me à Medalha Milagrosa, cuja festa é celebrada a 27 de Novembro. Foi a própria Nossa Senhora que, naquele dia, em 1830, apareceu a Catarina Labouré, uma noviça de 24 anos, na Rue du Bac, na casa mãe das Filhas da Caridade, em Paris. Catarina Labouré recorda que viu: «formar-se, em torno das SS. Virgem, um quadro, um tanto oval, sobre o qual se liam, no topo, em forma de semicírculo da mão direita à esquerda de Maria, estas palavras escritas em letras douradas: ‘Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós’. Então, fez-se ouvir uma voz que me disse: “Manda cunhar uma medalha a partir deste modelo; todas as pessoas que a usarem receberão grandes graças, especialmente se a usarem ao pescoço; as graças serão abundantes para as pessoas que a usarem com confiança… Imediatamente, pareceu-me que o quadro se virou e vi o reverso da medalha. Havia a letra M (inicial do nome Maria), encimada por uma cruz sem crucifixo, que tinha como base a letra I (inicial do nome Iesus, Jesus). Mais abaixo, havia dois corações, um rodeado de espinhos (o de Jesus), o outro trespassado por uma espada (o de Maria). Finalmente, doze estrelas cercavam o todo. Depois, tudo desapareceu, como algo que se apaga, e enchi-me não sei de quê, de bons sentimentos, de alegria, de consolação».

Em 1832, foram realizados os primeiros 1.500 exemplares da medalha pedida por Nossa Senhora. Desde então, as graças e os milagres multiplicaram os pedidos: pecadores convertidos, moribundos curados, perigos evitados, obtidas graças de todos os géneros. A paróquia de Notre-Dame des Victoires, em Paris, tornou-se um centro de extraordinária propagação. Catarina Labouré foi uma silenciosa apóstola da Medalha Milagrosa até à sua morte, ocorrida a 31 de Dezembro de 1876. O total de medalhas já distribuídas naquela data ultrapassava um milhão. O fruto mais marcante da nova devoção foi a conversão do hebreu Alphonse Ratisbonne, a quem Nossa Senhora da Medalha Milagrosa apareceu, a 20 de Janeiro de 1842, na igreja romana de Sant’Andrea delle Fratte.

Em 1894, Leão XIII, por ocasião do quinquagésimo aniversário das aparições da Rue du Bac, declarou autêntica a milagrosa conversão de Ratisbonne e concedeu a festa da Medalha a 27 de Novembro de cada ano. A 27 de Julho de 1947, Catarina foi proclamada santa por Pio XII e, hoje, o seu corpo é venerado na capela das aparições da Rue du Bac, ao lado da de Santa Luísa de Marillac, fundadora, com São Vicente de Paulo, das Filhas da Caridade.

Por que Nossa Senhora escolheu uma simples medalha para distribuir as suas graças? Pelo mesmo motivo pelo qual escolheu uma humilde noviça como destinatária da sua mensagem: para demonstrar que a Providência se serve sempre de instrumentos aparentemente insignificantes para derrubar inimigos que se julgam invencíveis. «E o que há de fraco no mundo – diz São Paulo – é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que o mundo considera vil e desprezível é que Deus escolheu; escolheu os que nada são para reduzir a nada aqueles que são alguma coisa» (1 Cor 1, 27-29).

Nossa Senhora, na aparição, de 27 de Novembro, a Santa Catarina Labouré, põe vitoriosamente os pés sobre o globo, o Mundo, e tem entre as mãos um outro globo menor, que oferece a Deus. Se o oferece é porque Lhe pertence. Maria, Medianeira de todas as graças, co-redentora do género humano, também é Rainha do Céu e da Terra. O mundo pertence-Lhe e não aos líderes do globalismo. Existe uma ordem mundial que é santa e é a Sua.

Pio XI, a 19 de Julho de 1931, por ocasião do processo de Beatificação de Catarina Labouré, referindo-se aos males que afligiam a Igreja, disse: «Nestes dias, brilha a Medalha Milagrosa, como que para nos lembrar, de forma visível e tangível, que à oração tudo é permitido, até os milagres, e, sobretudo, os milagres. É aí que reside a magnífica especialidade da Medalha Milagrosa e nós precisamos de milagres. Já é um grande milagre que os cegos vejam… mas há um outro milagre que devemos pedir a Maria, Rainha da Medalha, que é que vejam aqueles que não querem ver…».

A Medalha Milagrosa é benzida e, depois, usada, preferencialmente ao pescoço. Os seus devotos não só a usam ao pescoço ou nas roupas, mas também a semeiam, nas próprias casas, nos lugares de dor e de pecado, onde quer que se possa difundir.

A Medalha Milagrosa, usada, com confiança, por muitos católicos em todo o Mundo, continua, ainda hoje, a sua extraordinária missão e é uma prodigiosa vacina contra os males do nosso tempo. O último grande milagre que lhe pedimos é a dissipação das trevas do caos que envolvem o Mundo em que vivemos.


Tradução do Italiano por: Dies Irae

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Autor

Roberto De Mattei

Roberto De Mattei

73 artigos

Escritor italiano, autor de numerosos livros, traduzidos em diversas línguas. Em 2008, foi agraciado pelo Papa com a comenda da Ordem de São Gregório Magno, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Igreja. Professor de História Moderna e História do Cristianismo na Universidade Europeia de Roma, conferencista, escritor e jornalista, Roberto de Mattei é presidente da Fondazione Lepanto. Entre 2004-2011 foi vice-presidente do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália. Autor da primeira biografia de Plinio Corrêa de Oliveira, intitulada “O Cruzado do Século XX”. É também autor do best-seller “Concílio Vaticano II, uma história nunca escrita”.

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